Escola Municipal Hermenegildo B. de Oliveira
Disciplina: Geografia
Série: 8º ano do
vespertino – Aula: 28
Professor: Itamiram Alves (Iram)
Validade: 26/02 à 05/03/2021
Carga horária: 04 horas aulas
Imigração no Brasil
A
colonização foi o objetivo inicial da imigração no Brasil, visando ao
povoamento e à exploração da terra por meio de atividades agrárias. A criação
das colônias estimulou o trabalho rural. Deve-se aos imigrantes a implantação
de novas e melhores técnicas agrícolas, como a rotação de culturas, assim como
o hábito de consumir mais legumes e verduras. A influência cultural do
imigrante também é notável.
História
A imigração teve início no Brasil a partir de 1530, quando começou
a estabelecer-se um sistema relativamente organizado de ocupação e exploração
da nova terra. A tendência acentuou-se a partir de 1534, quando o território
foi dividido em capitanias hereditárias e se formaram núcleos sociais
importantes em São Vicente e Pernambuco. Foi um movimento ao mesmo tempo
colonizador e povoador, pois contribuiu para formar a população que se tornaria
brasileira, sobretudo num processo de miscigenação que incorporou portugueses,
negros e indígenas.
Imigração portuguesa
A criação do governo-geral em 1549 atraiu muitos portugueses para
a Bahia. A partir de então, a migração tornou-se mais constante. O movimento de
portugueses para o Brasil foi relativamente pequeno no século XVI, mas cresceu
durante os cem anos seguintes e atingiu cifras expressivas no século XVIII.
Embora o Brasil fosse, no período, um domínio de Portugal, esse processo tinha,
na realidade, sentido de imigração.
A
descoberta de minas de ouro e de diamantes em Minas Gerais foi o grande fator
de atração migratória. Calcula-se que nos primeiros cinquenta anos do século
XVIII entraram só em Minas, mais de 900.000 pessoas. No mesmo século,
registra-se outro movimento migratório: o de açorianos para Santa Catarina, Rio
Grande do Sul e Amazônia, estados em que fundaram núcleos que mais tarde se
tornaram cidades prósperas.
Os
colonos, nos primeiros tempos, estabeleceram contato com uma população indígena
em constante nomadismo. Os portugueses, embora possuidores de conhecimentos
técnicos mais avançados, tiveram que aceitar numerosos valores indígenas
indispensáveis à adaptação ao novo meio. O legado indígena tornou-se um
elemento da formação do brasileiro. A nova cultura incorporou o banho de rio, o
uso da mandioca na alimentação, cestos de fibras vegetais e um numeroso
vocabulário nativo, principalmente tupi, associado às coisas da terra: na
toponímia, nos vegetais e na fauna, por exemplo. As populações indígenas não
participaram inteiramente, porém, do processo de agricultura sedentária
implantado, pois seu padrão de economia envolvia a constante mudança de um
lugar para outro. Daí haver o colono recorrido à mão de obra africana.
Elemento africano
Surgiu assim o terceiro grupo importante que participaria da
formação da população brasileira: o negro africano. É impossível precisar o
número de escravos trazidos durante o período do tráfico negreiro, do século
XVI ao XIX, mas admite-se que foram cerca de 4 milhões de negros trazidos da
África para serem escravizados. O negro africano contribuiu para o
desenvolvimento populacional e econômico do Brasil e tornou-se, pela
mestiçagem, parte inseparável de seu povo. Os africanos espalharam-se por todo
o território brasileiro, em engenhos de açúcar, fazendas de criação, arraiais
de mineração, sítios extrativos, plantações de algodão, fazendas de café e
áreas urbanas. Sua presença projetou-se em toda a formação humana e cultural do
Brasil com técnicas de trabalho, música e danças, práticas religiosas,
alimentação e vestimentas.
Espanhóis, franceses, judeus
A entrada de estrangeiros no Brasil era proibida pela legislação
portuguesa no período colonial, mas isso não impediu que chegassem espanhóis
entre 1580 e 1640, quando as duas coroas estiveram unidas; judeus (originários,
sobretudo da península ibérica), ingleses, franceses e holandeses.
Esporadicamente, viajavam para o Brasil cientistas, missionários, navegantes e
piratas ingleses, italianos ou alemães.
Imigração no século XIX
A imigração propriamente dita verificou-se a partir de 1808,
vésperas da independência, quando instalou-se um permanente fluxo de europeus
para o Brasil, que se acentuou com a fundação da colônia de Nova Friburgo, na
província do Rio de Janeiro, em 1818, e a de São Leopoldo, no Rio Grande do
Sul, em 1824. Dois mil suíços e mil alemães radicaram-se no Brasil nessa época,
incentivados pela abertura dos portos às nações amigas. Outras tentativas de
assentar irlandeses e alemães, especialmente no Nordeste, fracassaram
completamente. Apesar de autorizada a concessão de terras a estrangeiros, o
latifúndio impedia a implantação da pequena propriedade rural e a escravidão
obstaculizava o trabalho livre assalariado.
Na
caracterização do processo de imigração no Brasil encontram-se três períodos
que correspondem respectivamente ao auge, ao declínio e à extinção da
escravidão.
O
primeiro período vai de 1808, quando era livre a importação de africanos, até
1850, quando decretou-se a proibição do tráfico. De 1850 a 1888, o segundo
período é marcado por medidas progressivas de extinção da escravatura (Lei do
Ventre Livre, Lei dos Sexagenários, alforrias e, finalmente, a Lei Áurea), em
decorrência do que as correntes migratórias passaram a se dirigir para o
Brasil, sobretudo para as áreas onde era menos importante o braço escravo. O
terceiro período, que durou até meados do século XX, começou em 1888, quando,
extinta a escravidão, o trabalho livre ganhou expressão social e a imigração
cresceu notavelmente, de preferência para o Sul, mas também em São Paulo, onde
até então a lavoura cafeeira se baseava no trabalho escravo.
Após
a abolição, em apenas dez anos (de 1890 a 1900) entraram no Brasil mais de 1,4
milhão de imigrantes, o dobro do número de entradas nos oitenta anos anteriores
(1808-1888).
Acentua-se
também a diversificação por nacionalidades das correntes migratórias, fato que
já ocorria nos últimos anos do período anterior. No século XX, o fluxo
migratório apresentou irregularidades, em decorrência de fatores externos -- as
duas guerras mundiais, a recuperação europeia no pós-guerra, a crise nipônica
-- e, igualmente, devido a fatores internos. No começo do século XX, por
exemplo, assinalou-se em São Paulo uma saída de imigrantes, sobretudo
italianos, para a Argentina. Na mesma época verifica-se o início da imigração
nipônica, que alcançaria, em cinquenta anos, grande significação. No
recenseamento de 1950, os japoneses constituíam a quarta colônia no Brasil em
número de imigrantes, com 10,6% dos estrangeiros recenseados.
Distribuição do imigrante
Distinguem-se
dois tipos de distribuição do imigrante no país, com efeitos nos processos de
assimilação. Pode-se chamar o primeiro tipo de "concentração", em que
os imigrantes se localizam em colônias, como no Rio Grande do Sul, Santa
Catarina e Paraná. Nesse caso, os imigrantes não mantêm contato, nos primeiros
tempos, com os nacionais, mas a aproximação ocorre à medida que a colonização
cresce e surge a necessidade de comercialização dos produtos da colônia. O
segundo tipo, que se pode chamar de "dispersão", ocorreu nas fazendas
de café de São Paulo e nas cidades, principalmente Rio de Janeiro e São Paulo.
Nessas
áreas, o imigrante, desde a chegada, mantinha-se em contato com a população
nacional, o que facilitava sua assimilação.
Os
principais grupos de imigrantes no Brasil são portugueses, italianos,
espanhóis, alemães e japoneses, que representam mais de oitenta por cento do
total. Até o fim do século XX, os portugueses aparecem como grupo dominante,
com mais de trinta por cento, o que é natural, dada sua afinidade com a
população brasileira. São os italianos, em seguida, o grupo que tem maior
participação no processo migratório, com quase trinta por cento do total,
concentrados, sobretudo no estado de São Paulo, onde se encontra a maior
colônia italiana do país. Seguem-se os espanhóis, com mais de dez por cento, os
alemães, com mais de cinco, e os japoneses, com quase cinco por cento do total
de imigrantes.
Contribuição do imigrante
No processo de urbanização, assinala-se a contribuição do
imigrante, ora com a transformação de antigos núcleos em cidades (São Leopoldo,
Novo Hamburgo, Caxias, Farroupilha, Itajaí, Brusque, Joinville, Santa
Felicidade etc.), ora com sua presença em atividades urbanas de comércio ou de
serviços, com a venda ambulante, nas ruas, como se deu em São Paulo e no Rio de
Janeiro.
Outras
colônias fundadas em vários pontos do Brasil ao longo do século XIX se
transformaram em importantes centros urbanos. É o caso de Holambra SP, criada
pelos holandeses; de Blumenau SC, estabelecida por imigrantes alemães liderados
pelo médico Hermann Blumenau; e de Americana SP, originalmente formada por
confederados emigrados do sul dos Estados Unidos em consequência da guerra de
secessão. Imigrantes alemães se radicaram também em Minas Gerais, nos atuais
municípios de Teófilo Otoni e Juiz de Fora, e no Espírito Santo, onde hoje é o
município de Santa Teresa.
Em
todas as colônias, ressalta igualmente o papel desempenhado pelo imigrante como
introdutor de técnicas e atividades que se difundiram em torno das colônias. Ao
imigrante devem-se ainda outras contribuições em diferentes setores da
atividade brasileira.
Uma
das mais significativas apresenta-se no processo de industrialização dos
estados da região Sul do país, onde o artesanato rural nas colônias cresceu até
transformar-se em pequena ou média indústria. Em São Paulo e no Rio de Janeiro,
imigrantes enriquecidos contribuíram com a aplicação de capitais nos setores
produtivos.
A
contribuição dos portugueses merece destaque especial, pois sua presença
constante assegurou a continuidade de valores que foram básicos na formação da
cultura brasileira.
Os
franceses influíram nas artes, literatura, educação e nos hábitos sociais, além
dos jogos hoje incorporados à lúdica infantil. Especialmente em São Paulo, é
grande a influência dos italianos na arquitetura. A eles também se deve uma
pronunciada influência na culinária e nos costumes, estes traduzidos por uma
herança na área religiosa, musical e recreativa.
Os
alemães contribuíram na indústria com várias atividades e, na agricultura,
trouxeram o cultivo do centeio e da alfafa. Os japoneses trouxeram a soja, bem
como a cultura e o uso de legumes e verduras. Os libaneses e outros árabes
divulgaram no Brasil sua rica culinária.
Atividade - 28
Nome completo:____________________________________________________
Série: 8º ano Devolutiva: 05/03/2021
Marque a opção correta
1 - A
entrada de imigrantes europeus no Brasil integrou uma política chamada de engenharia
social. Sobre isso é correto dizer que:
a) A
engenharia social foi uma estratégia de copiar a sociedade africana como o
modelo ideal de civilização para a sociedade brasileira.
b) A
engenharia social fez parte da política de aumentar o processo de miscigenação
do Brasil, valorizando a identidade afrodescendente da população.
c) Tentando
copiar a sociedade europeia, os intelectuais brasileiros visavam ao
embranquecimento do povo brasileiro através do processo de imigração. .
d) O
objetivo de muitos intelectuais era de romper com o estereótipo de que no
Brasil só havia escravos, índios e mulatos.
2 - Confira
a manchete a seguir e assinale a alternativa correta:
Brasil se torna destino de novos imigrantes
[…] Além de atrair cada vez mais imigrantes de países vizinhos e
executivos europeus e americanos que fogem da crise econômica, o Brasil tem
assistido a um aumento expressivo na chegada de migrantes e refugiados de
nacionalidades que tradicionalmente não migram ao país.[...]
O crescimento do número de estrangeiros no país, conforme podemos
observar no trecho acima, ocorre em razão dos seguintes fatores, EXCETO:
a) excessiva
propaganda migratória brasileira no exterior.
b) caos
social ou conflitos nos países de origem.
c) excessiva
propaganda migratória brasileira no exterior.
d)
crescimento econômico do Brasil nos últimos anos.
3 - O processo de migração é resultante de vários fenômenos
políticos, econômicos e sociais, os quais modificam as sociedades. No Brasil,
um intenso processo de movimentação da população ao longo da segunda metade do
século XX provocou várias mudanças no país. A principal consequência desse
movimento da população nacional foi o aumento da população urbana brasileira.
Esse movimento é chamado de:
A) refugiados ambientais.
B) diáspora brasileira.
C) migrações externas.
D) êxodo rural
4 - No Brasil, o processo de migração interna foi amplamente
verificado ao longo do século XX. No país, predominam as migrações por
motivações
A) militares.
B) climáticas.
C) religiosas.
D) econômicas
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